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30 de jun. de 2009

Ontem

Início: um clichê
a vida é mesmo imprevisível! e
tem mesmo
vezes em que todos os acidentes acon
tecem.
Tem vezes em que o ven
to é tanto que
derruba facas e levan
ta telhas.
O que fazer então?
Se,
por um mero acaso,
inexplicável
!?
a faca toca a car
ne e dói?
O que fazer en
tão, se a telha voa
se chove
dentro
se acorda
e molha e inunda mesmo tudo?

eh

24 de jun. de 2009

vem

Do Vento

Alimenta o fogo
atormenta o mar
arrepia o corpo
joga o ar no ar

leva o barco a vela
levanta os lençóis
entra na janela
leva a minha voz

nuvens de areia
folhas no quintal
canto de sereia
roupas no varal

tudo vem do ven-tudo vem
do vento vem tu-do vento vem
do vento vem tudo
tudo bem

sacode a cortina
alça os urubus
sai pela narina
canta nos bambus

cabelo embaraça
bate no portão
espalha a fumaça
varre a plantação

lava o pensamento
deixa o som chegar
leva esse momento
traz outro lugar

tudo vem do ven-tudo vem
do ven-tudo vem
do vento vem tu-do vento
vem tu-do vento vem
do vento vem tudo
tudo bem


Arnaldo Antunes

23 de jun. de 2009

um passo

o vento sul é constante, atrapalha pensamento, bagunça o cabelo, espalha as folhas, mas não pára o tempo. Desafia e inspira. Move, comove, remove e dispersa muita sujeira, algum pó, crispa águas paradas. Instiga um passo. Pés.