Hay un punto en que esto y aquello, piedras y plumas, se funden. Y ese momento no está antes ni después, al principio o al fin de los tiempos. No es paraíso natal o prenatal ni cielo ultraterrestre. No vive en el reino de la sucesión, que es precisamente el de los contrários relativos, sino que está en cada momento. Es cada momento. Es el tiempo mismo engendrándose, manándose, abriéndose a un acabar que es un continuo empezar. Chorro, fuente. Ahí, en el seno del existir – o mejor, del existiéndose -, piedras y plumas, lo ligero y lo pesado, nacerse y morirse, serse, son uno y lo mismo.
El conocimiento que nos proponen las doctrinas orientales no es trasmisible en fórmulas o razonamientos. La verdad es una experiência y cada uno debe intentarla por su cuenta y riesgo. La doctrina nos muestra el camino, pero nadie puede caminarlo por nosotros. De ahí la importancia de las técnicas de meditación. El aprendizaje no consiste en la acumulación de conocimientos, sino en la afinación del cuerpo y del espíritu. La miditación no nos enseña nada, excepto el olvido de todas las enseñanzas y la renuncia a todos los conocimientos. Al cabo de estas pruebas, sabemos menos pero estamos más ligeros; podemos emprender el viaje y afrontar la mirada vertiginosa y vacía de la verdad. Vertiginosa en su inmovilidad; vacía en su plenitud. [...] Pensar es respirar. Retener el aliento, detener la circulación de la idea: hacer el vacío para que aflore el ser. Pensar es respirar porque pensamiento y vida no son universos separados sino vasos comunicantes: esto es aquello.
[pressinto o mover indeciso de uma boca iminente colando-se ao ecrã de cristal líquido]
esse sol reluziria tão alto e algo que sem dúvida ou quê que fizesse desconfiar lhe escrutinaria a retina cansada unindo nossas ilhas de edições de luxo
[aura se soft é outro modo de exclamar ura se not e ora se não]
meu luxo eldorado,
te contei ajuntando assim: de uma por uma e mais outra
cadinho e cádmio com cânhamo
não mais um fio de nylon em que elas contas – ou você, um conto – formasse um colar, um condão azul indingo
não: cada ponto que formava teu rosto eu deixei esparso, mixturação dentro de um não-se-sabe-ao-certo se tijela, cabaça ou copo de cachaça... não lembramos. sei que cabiam na mão, aliás, elas estavam, você, tudo solto – mas sem esparramar. era incrível luxo! não caía nem se escapava qual o vendaval revolto de sempre
- a estrada...
você ficava quieto, num instante, uma paisagem que movia só a orbe escusa de dentro das pálpebras cerradas que de tanto trânsito emerge em deformação > você ora farejava saber se a vida acontecia ao redor ora (!) você sorria e dançava com os dedos enlaçados aos dela
.en-transe.
[...]
qual o espaço para a abertura de uma carta de amor no tempo do desgarro? não se sabe pior um papel de dobradilhas e redondilhas lleno de circunvoluções viajeras desnudado de um envelope objeto voador mal e porcamente identificado na trincheiras,
um rolo bemdizê pergaminho escorregando-se com afeição sobre um loooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooongo
tapete vermelho – que eu preciso e prefiro dizer r o j o -,
se um bilhete suado entre fartos seios amarrados e imiscuídos para ser entregue às escusas quando da hora da ciesta,
ou se isto: contra os minutos atabalhoados do relógio de areia dentro dele,
ecrã
a areia a estrada a carta o amor a b e r t o fomentando dedos o crédito o débito os reais as monedas que tilintam o peito sorrindo sem importar se grande é a distância do estrangeiro umapresençapramaisperto um adendo outro ardendo e uma pena flutuando depois de despregar-se do frangalho ataúde e amiúde
[...]
você se esgoela
e tenta prender o movimento num flash com o fundo em preto quem branco na parede esta grafia convulsa que mais verte um amontoado de contextos metidos em pretextos infalíveis e imbatíveis – você bem vê por los anteojos que cinema se faz de vestígios de memórias nos pés por aí pedalando afoitos até que pisem por descuido um dedo de boa e velha prosa começando por um ai! e terminando a perder de vista o incêndio de um telhado em revoada deixando a descoberto paredes e calhas e rebocos contando pelancas feridas em flor de coagulações que vestem lilás porque purple beibe,
purple rains
[...]
de pois em pois, foi deter-se aí para que tudo semoventes de si
astros cadentes e carentes de espetáculo em plena trajetória dois andares e andaimes de vinhetas venetas varetas veredas com linhas brancas e marcadores amarelos no negrume de um chão batido a cimento e caligrafia porosa que, nu instante de um qualquer anúncio à visão, lá está:
o pacote aberto o caderno deserto o cristalino desperto
fixo uma clave e denota uma gota: cruzada de bala no vidro trás vis a vis uma fumaça em suspeição – fogo não há mas um opaco de cinzas contidas no olor que espremece em reações o rosto rugoso
faróis acinzentados detectam o humo sob um estranho que vinha embotinado em desalinho pelo estrado retilíneo dos trilhos e digo mais
o amor, esse sufoco, agora há pouco era muito, agora, apenas um sopro
ah, troço de louco, corações trocando rosas, e socos
Aço em flor
Quem nunca viu que a flor, a faca e a fera tanto fez como tanto faz, e a forte flor que a faca faz na fraca carne um pouco menos, um pouco mais, quem nunca viu a ternura que vai no fio da lâmina samurai, esse, nunca vai ser capaz.
Drão, o amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n'algum lugar
Ressucitar no chão nossa semeadura
Quem poderá fazer, aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Dura caminhada, pela estrada escura Drão não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Entende-se infinito, imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer, aquele amor morrer
Nossa caminha dura, cama de tatame
Pela vida afora Drão os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há
De haver mais compaixão
Quem poderá fazer, aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre nasce trigo
Vive morre pão
Drão, Drão