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12 de fev. de 2010

espectros


A sombra de um número que só agora foi possível distinguir. Dois. Uma linha que se traça, a linha de um rasgo, um movimento de duas mãos, uma partida. Tantas outras sombras, imagens borradas embaralham todo discernimento. Prosseguimos rumo à exaustão. Ela chega e ainda continuamos, não há opção senão essa. O que nos move? Acontecimentos pequeninos e tão bruscos! Fica essa ruga na face, pelos arrepiados, uma estranha sensação. Continuo esperando, quase todos os dias bem atenta a qualquer sinal. Faço mil e cinco descobertas, crio modos e invento funções, novos papéis, depois troco a roupa das bonecas durante o espetáculo e todos acham o máximo! Nessa espera muitas coisas se perdem, alguns pedaços do fígado – eterno – de Prometeu. Mesmo desejando muito, não durmo uma noite sequer. Quem virá nos salvar? Quais os números que podem nos redimir?

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