trago farpas de cais nos versos
terra firme e náusea
cambaleio
por essas ruas secas
escondo meus mundos
não te conto muito
escorre neon do fundo dos olhos
explode o céu
nossos corpos
nossos fogos
sobra um pouco de mel (sobra pouco mel)
o vento arranca flores do chão
procuro suas pegadas no cimento duro
na luz perdida entre as heras garradas ao muro
pequenos reparos
não muito
daqui eu ouço o rio correndo
daqui de cima
olho o mundo em silhueta
leio de poemas (perco palavras de um poema que não
soube escrever)
que nunca soube escrever
meu muro cheio de cacos
daqui tudo é perigoso
escute o céu, o mar e o chão
ainda escuros (indefiníveis)
brilhando os passos
mudando nomes ruas curvas
Omar Salomão, em Pequenos reparos
Nenhum comentário:
Postar um comentário