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17 de out. de 2009

desejos


ELEGIA

Eu agora escrevo em preconcepções
Aquelas de sexo e cordas
Muitos frêmitos violentos ocorrem à carne da
            imaginação
E a imaginação tem em verdade carne a destruir
E a carne tem imaginação a lacerar
A boca é apenas um corpo preenchido de imaginação
Você pode imaginar seus conteúdos
O gotejar a um balde
E seus atos
As elipses e encadeamento à parte
A pluma
O expectador

A imaginação, vazia, nada possui que a confirme
Há apenas o cantar dos pássaros
Os sons do grito original
Estranho exemplo
A imaginação deseja ser abraçada pela liberdade
Esvazia-se para que seja desejada
Mas a imaginação precisa da observância à carne
            em resposta – seus incrementos de vigilância – uma
            progressão vagarosa
Precisa ser bela e não consegue libertar-se


Lyn Hejinian
em tradução de Ricardo Domeneck para Modo de usar & Co.

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