Páginas

26 de set. de 2009

primavera, enfim

S.

Dia azul. Um tajá sagitado. Orquídeas - A porta grande de vidro se abre ao jardim - As linhas da sala perpassam os acúleos dos céreos. Areia. Grama. Uma pedra cortada em cubo. Entre um Lüpertz, entre um Rothenberg, o homem esmaga o cigarro na alpaca do cinzeiro e pensa no diz azul que se abre como um livro, como uma flor, como uma ferida. Pensa no esquilo e no gato de Creeley. Pensa no que fazer com o cadáver da mulher sobre o estofo vermelho.

Francisco dos Santos
em A imagem recorrente

Nenhum comentário:

Postar um comentário